segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O martírio dos apóstolos

Como morreram os Apostolos de Cristo? (Segundo a Tradição)O martírio dos apóstolos foi anunciado por Jesus: “Por isso, diz também a sabedoria de Deus:

Profetas e apóstolos lhes mandarei; e eles matarão uns e perseguirão outros” (Lucas 11.49).

“E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós.

E de todos sereis odiados por causa do meu nome” (Lucas 21.16-17). Esta palavra diz respeito também, aos crentes de um modo geral. Ainda hoje, anualmente, milhares são martirizados em todo o mundo. “Se a mim me perseguiram também vos perseguirão a vós… mas tudo isso vos farão por causa do meu nome” (João 15.19-20). “Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos…eles vos entregarão aos sinédrios e vos açoitarão nas suas sinagogas, e sereis conduzidos à presença dos governadores e dos reis, por causa de mim…” (Mateus 10.16-18). Com relação aos sofrimentos e martírio de Paulo, Jesus revelou: “Eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome” (Atos 9.16). Abro um parêntesis para uma reflexão: o Evangelho pregado em nossas igrejas inclui a possibilidade de sofrimento por amor a Cristo, ou anunciamos somente prosperidade, fartura, longevidade e saúde? Vejamos como os apóstolos morreram:

ANDRÉ

Foi discípulo de João Batista, de quem ouviu a seguinte afirmação sobre Jesus: “Eis aqui o Cordeiro de Deus”. André comunicou as boas notícias ao seu irmão Simão Pedro: “Achamos o Messias” (João 1.35-42; Mateus 10.2). O lugar do seu martírio foi em Acaia (província romana que, com a Macedônia, formava a Grécia). Diz a tradição que ele foi amarrado a uma cruz em forma de xis (não foi pregado) para que seu sofrimento se prolongasse.

BARTOLOMEU

Tem sido identificado com Natanael. Natural de Caná de Galiléia. Recebeu de Jesus uma palavra edificante: “Eis aqui um verdadeiro israelita, em quem não há dolo” (Mateus 10.3; João 1.45-47) Exerceu seu ministério na Anatólia, Etiópia, Armênia, Índia e Mesopotâmia, pregando e ensinando. Foi esfolado vivo e crucificado de cabeça para baixo. Outros dizem que teria sido golpeado até a morte.

FILIPE

Natural de Betsaida, cidade de André e Pedro. Um dos primeiros a ser chamado por Jesus, a quem trouxe seu amigo Natanael (João 1.43-46). Diz-se que pregou na Frigia e morreu como mártir em Hierápolis.

JOÃO

O apóstolo que recebeu de Jesus a missão de cuidar de Maria. “O discípulo que Jesus amava” (João 13.23). Pescador, filho de Zebedeu (Mateus 4.21 O único que permaneceu perto da cruz (João 19.26-27). O primeiro a crer na ressurreição de Cristo (João 20.1-10). A tradição relata que João residiu na região de Éfeso, onde fundou várias igrejas. Na ilha de Patmos, no mar Egeu, para onde foi desterrado, teve as visões referidas no Apocalipse (Apocalipse 1.9). Após sua libertação teria retornado a Éfeso. Teve morte natural com idade de 100 anos.

JUDAS TADEU

Foi quem, na última ceia, perguntou a Jesus: "Senhor, por que te manifestarás a nós e não ao mundo?" (João 14:22-23). Nada se sabe da vida de Judas Tadeu depois da ascensão de Jesus. Diz à tradição que pregou o Evangelho na Mesopotâmia, Edessa, Arábia, Síria e também na Pérsia, onde foi martirizado juntamente com Simão, o Zelote.

JUDAS ISCARIOTES

Filho de Simão, traiu a Jesus por trinta peças de prata, enforcando-se em seguida. (Mateus 26:14-16; 27:3-5).

MATEUS

Filho de Alfeu, e também chamado de Levi. Cobrador de impostos nos domínios de Herodes Antipas, em Cafarnaum (Marcos 2.14; Mateus 9.9-13; 10.3; Atos 1.13). Percorreu a Judéia, Etiópia e Pérsia, pregando e ensinando. Há várias versões sobre a sua morte. Teria morrido como mártir na Etiópia.

MATIAS

Escolhido para substituir Judas Iscariotes (Atos 1.15-26). Diz-se que exerceu seu ministério na Judéia e Macedônia. Teria sido martirizado na Etiópia.

PAULO – Turquia

Israelita da tribo de Benjamim (Filipenses 3.5). Natural de Tarso, na Cilícia (hoje Turquia). Nome romano de Saulo, o Apóstolo dos Gentios. De perseguidor de cristãos, passou a pregador do evangelho e perseguido. Realizou três grandes viagens missionárias e fundou várias igrejas. Segundo a tradição, decapitado em Roma, nos tempos de Nero, no ano 67 ou 70 (Atos 8.3; 13.9; 23.6; 13-20).

PEDRO

Pescador, natural de Betsaida. Confessou que Jesus era “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (Mateus 16.16). Foi testemunha da Transfiguração (Mateus 17.1-4). Seu primeiro sermão foi no dia de Pentecostes. Segunda a tradição, sua crucifixão verificou-se entre os anos 64 e 67, em Roma, por ordem de Nero. Pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, por achar-se indigno de morrer na mesma posição de Cristo.

SIMÃO, o Zelote

Dos seus atos como apóstolo nada se sabe. Está incluído na lista dos doze, em Mateus 10.4, Marcos 3.18, Lucas 6.15 e Atos 1.13. Julga-se que morreu crucificado.

TIAGO, O MAIOR

Filho de Zebedeu, irmão do também apóstolo João. Natural de Betsaida da Galiléia, pescador (Mateus 4.21; 10.2). Por ordem de Herodes Agripa, foi preso e decapitado em Jerusalém, entre os anos 42 e 44.

TIAGO, O MENOR

Filho de Alfeu (Mateus 10.3). Missionário na Palestina e no Egito. Segundo a tradição, martirizado provavelmente no ano 62.

TOMÉ

Só acreditou na ressurreição de Jesus depois que viu as marcas da crucificação (João 20.25). Segundo a tradição, sua obra de evangelização se estendeu à Pérsia (Pártia) e Índia. Consta que seu martírio se deu por ordem do rei de Milapura, na cidade indiana de Madras, no ano 53 da era cristã.

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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A menina mais peluda do mundo




A vida nunca foi fácil para Supatra Sasuphan. Na escola, era chamada de “menina lobo” ou “cara de macaco”, uma situação difícil de lidar para uma menina de 11 anos.

Supatra é portadora de hipertricose generalizada, causada por um cromossomo defeituoso que provoca o nascimento excessivo de pêlos por todo o seu corpo. Os pêlos crescem na face, orelhas, braços, pernas e costas e até mesmo tratamento à laser já foi tentado, mas os pêlos voltam a crescer.

Existem somente 50 casos documentados desde a Idade Média e antes da doença ser compreendida, seus portadores eram tachados de “lobisomens”. Para a sorte da garota, a comunidade onde nasceu, sempre a tratou bem e agora, ela está para se tornar uma celebridade local.

O menina tailandesa chamou a atenção dos organizadores do Guinness World Records, que concedram o título de “menina mais peluda do mundo” para a próxima edição do livro dos recordes.

Homem não toma banho há 37 anos

Homem não toma banho há 37 anos



Orientado por um religioso, o indiano Kailash Singh deixou de tomar banho e cortar os cabelos, logo após seu casamento, em 1974. Seguindo o conselho, acreditava que garantiria o nascimento de um menino.

Hoje, aos 65 anos, não é só a idade que pode atrapalhar seus planos de ter um herdeiro. Após 37 anos sem tomar banho, a mulher agora (só agora?!) ameaça deixar de dormir com ele, que continua firme em sua decisão.

O agricultor passa os dias cuidando de suas vacas sob um calor de 47 graus e o único ritual de limpeza que se permite é, a cada noite, fumar maconha, orar e dançar ao redor de uma fogueira. Esse “banho de fogo” seria para se livrar do suor do dia.

Os familiares já tentaram convencê-lo a mudar de idéia algumas vezes e até mesmo empurraram-no num riacho numa ocasião, mas ele lutou e conseguiu se esquivar.

Apesar de sua crença ter se revelado um fracasso, o indiano afirma que a única maneira de voltar a tomar banho, seria com o nascimento de um filho, algo que ele acredita que ainda vai acontecer, pois é a escolha de deus.

Quem aguarda ainda mais ansiosamente o nascimento de um menino, é a esposa de Kailash que, além de ter aguentado por todo esse tempo o mau cheiro do marido, da época do casamento até agora, já deu à luz a sete meninas.

Ou vocês pensavam que Shiva não te senso de humor?

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

a única negra a ter a progéria

08/09/2011 - 20h12

Menina de 12 anos pode ser a única negra com doença de envelhecimento precoce

Do UOL Notícias*
Em São Paulo

Comentários 13

Uma menina de 12 anos da África do Sul pode ser a única negra a ter a progéria, uma doença genética rara que acelera o processo de envelhecimento e não tem cura. Ontlametse Phalatse é considerada a primeira negra diagnosticada com a doença, de acordo com a Fundação de Pesquisa de Progéria. O fato fez com que a própria se autointitulasse "primeira dama".

Africana pode ser a única negra diagnosticada com envelhecimento precoce

Foto 9 de 9 - Ontlametse Phalatse, 12, lendo um livro na escola. Ela é considerada a primeira negra diagnosticada com progéria, doença que acelera o envelhecimento Denis Farrell/AP
"Eu me chamo de primeira dama porque sou a primeira negra a ser diagnosticada com a doença. Que outra criança negra você conhece com essa doença?", diz ela em entrevista à Associated Press.
Nem mesmo a diretora executiva da fundação pesquisa, Audrey Gordon, tem uma resposta certa para essa pergunta. Segundo Audrey, apenas duas africanas foram diagnosticadas e ambas vivem na África do Sul: Ontlametse e uma outra menina, de 5 anos, que é branca. Depois de uma pesquisa realizada pelo instituto, estima-se que o número de crianças com essa doença seja de 80, no entanto, nenhuma delas seria negra.
A mãe de Ontlametse, Bellon Phalatse, conta que a menina nasceu normal, mas logo passou a apresentar erupções no corpo. Antes de Ontlametse comemorar seu primeiro aniversário, seu cabelo estava caindo, as unhas não eram normais e havia os problemas de pele, relata a mãe.
"Estávamos indo para cima e para baixo para os médicos", afirma Bellon. Com o diagnóstico, o pai de Ontlametse deixou a família.
O dia a dia da garota é normal, na medida do possível. Ela diz ter dois amigos na escola primária Lorato, em Hebron, na África do Sul, cidade próxima à capital administrativa Pretória. "Mas nem todos os meus colegas de classe são gentis", diz ela.
Duas vezes ao ano ela vai aos Estados Unidos acompanhada da mãe para um atendimento especializado, onde têm acesso a medicamentos que ainda não estão disponíveis comercialmente.
Apesar de a maioria das crianças com progéria morrer entre 8 e 21 anos, Ontlametse faz planos para o futuro, entre eles ser "psicóloga".
"Eu gostaria de ser uma psicóloga porque poderia ajudar as pessoas a resolverem seus problemas, ajudá-las a se aceitarem do jeito que elas são, pois elas veriam que eu me aceito como sou", disse ela à AP.
Gordon afirma que houve significativos avanços na busca pela cura, sendo que em 2003 foi descoberto o gene responsável pela doença. Resta saber se a cura será encontrada a tempo de Ontlametse realizar seu sonho.

PROGERIA, DOENÇA RARÍSSIMA

PROGERIA, DOENÇA RARÍSSIMA QUE ENCURTA A VIDA DAS CRIANÇAS

Raríssima e sem cura, a progéria faz crianças envelhecerem muito mais rapidamente do que o normal. Nos casos mais graves, a expectativa de vida é de, no máximo, 13 anos. Brasil tem três dos 63 casos já identificados no mundo


 

No segundo semestre de 2002, o cabelo de Michiel começou a rarear e cair. Em pouco tempo, estava completamente careca. Ele tinha bolsas sob os olhos e, como todo idoso em idade avançada, sua pele ficou tão frágil que era possível visualizar as veias sob a fina camada. Michiel, contudo, tinha apenas 4 anos. Hoje, com quase 12, o menino — que vive na Bélgica — é uma das 63 pessoas do mundo a ter uma doença raríssima, que provoca o envelhecimento acelerado e precoce, a progéria — ou síndrome de Hutchinson-Gilford.

A doença chamou a atenção depois que o site da agência britânica BBC divulgou a história de um garoto de 11 anos, Harry Crowther, portador da forma mais amena do mal. Os casos são tão raros que há escassez de informação, mesmo no meio médico, sobre o problema. No Brasil, não há dados oficiais, mas a organização não governamental de pesquisa americana Progeria Research Foundation (PRF) já detectou a existência de três pacientes — um na Paraíba, um no Ceará e outro em São Paulo. O Correio também localizou a mãe de uma criança de 2 anos, que morreu há oito meses, em Breu Branco, no interior do Pará, vítima da doença.

A progéria foi descrita pela primeira vez no século 19 por dois médicos ingleses, mas somente em 2003 um grupo de cientistas da PRF anunciou que havia isolado o gene mutante LMNA, responsável pela doença. Apesar do avanço significativo, os médicos ainda não conseguiram encontrar a cura — nem mesmo há um remédio específico para a doença. O que se sabe é que a síndrome é fatal, levando à morte ainda na adolescência (veja arte).

A estimativa é que nasça um bebê com o problema em cada 8 milhões, o que significaria a existência de um número de casos pelo menos 10 vezes maior, atualmente. “Ainda não conseguimos identificar todas essas crianças devido à raridade da doença. Muitas pessoas nunca viram uma criança com progéria e por isso não identificam os sintomas. Mas é preciso aumentar a consciência sobre o problema, principalmente em países em desenvolvimento”, alerta Audrey Gordon, diretora executiva e presidenta da Progeria Research Foundation. “Acreditamos que a dificuldade de diagnosticar crianças com progéria está relacionada a essa desinformação. Uma vez que as pessoas veem fotos dessas crianças, elas imediatamente reconhecem se há alguém em sua comunidade que possui o problema, por causa da similaridade da aparência dos pacientes”, afirma.

De acordo com Gordon, atualmente, o tratamento é focado nos cuidados com os sintomas, como acompanhamento nutricional devido ao baixo teor de gordura corporal, prescrição de medicamentos à base de acetilsalicílico para prevenção de doenças cardíacas e terapia ocupacional e física. “Nos últimos anos, a PFR tem centralizado as pesquisas sobre a progéria e temos uma grande esperança de conseguir desenvolver um tratamento e até descobrir a cura da doença”, diz.

Bebês assintomáticos
Ao nascer, o bebê não apresenta qualquer traço da progéria. As características só vão aparecer por volta dos 18 meses de vida e, aos 2 anos, já estão bastante aceleradas. Michiel Vandeweert nasceu em 13 de junho de 1998 e parecia um bebê normal, embora tivesse três manchinhas no rosto e uma pele muito seca. Com o passar do tempo, o casal Godelieve e Wim começou a se preocupar. “Ele não comia muito bem e ganhava muito pouco peso”, relata Godelieve, que, juntamente com o marido, criou um site para o filho. “Há um momento em que a intuição materna diz que há algo errado com seu filho. Ele tinha 4 anos, media 92cm e pesava 9kg. Durante três anos, essas características mantiveram-se as mesmas”, conta Godelieve. Pesquisando na internet, os pais do menino encontraram um caso parecido. Peregrinaram por consultórios e, enfim, antes de Michiel completar 5 anos, tiveram o diagnóstico.

Em 2006, o casal descobriu que a filha de 2 meses também era portadora da síndrome. Há dois anos, Michiel participa dos testes clínicos em Boston, nos Estados Unidos, de uma nova droga que visa retardar os sintomas da doença, desenvolvida por pesquisadores da PRF. O menino faz parte de um grupo de 28 crianças que recebem o tratamento. “Ele já cresceu 5cm, suas veias estão menos finas e a pele está mais sólida”, comemora Godelieve.

Já o pequeno David de Souza, nascido em Breu Branco (PA), não teve a mesma sorte. Ele morreu há 8 meses, antes de completar os 3 anos de idade. A criança apresentou cedo os sinais da progéria. Nas ruas da pequena cidade, de 47 mil habitantes, ele era ridicularizado por causa da aparência. A família humilde não teve condições de rodar o Brasil e o mundo atrás de tratamento. O máximo que conseguiu foi viajar até Belém, a cerca de 400km. Lá, Cleane de Souza e José Ildo de Souza Costa chegaram a pensar que o menino poderia ser curado.

Devido a uma pneumonia, David ficou internado por três meses na Santa Casa de Misericórdia, na capital. Quando recebeu alta, a família voltou a Breu Branco. Passados alguns dias, David teve uma recaída e foi internado no hospital público da própria cidade. “Ele parecia que estava bem. Cheguei lá no dia seguinte e ele estava morto. A médica sumiu, disseram que tinha viajado, e ninguém me falou nada. O corpo dele já estava liberado para o enterro. Não me conformo, não vou me conformar nunca”, diz. Semianalfabeta, Cleane não consegue entender a causa da morte. Na certidão de óbito, consta infecção pulmonar. “Como meu filho pode ter morrido por causa de uma gripezinha?”, questiona. Em casa, ela não se desfez dos objetos pessoais de David. “Guardei tudinho, todas as coisinhas dele. Toda hora eu sinto falta do meu filho.”

PROGERIA

Síndrome de Hutchinson-Gilford

Progeria ou Envelhecimento Precoce

É uma doença genética extremamente rara que acelera o processo de envelhecimento em cerca de sete vezes em relação à taxa normal. Uma criança com 10 anos se parece com uma pessoa de 70 anos. A palavra progeria é derivada do grego e significa "prematuramente velho". A expectativa média de vida das pessoas é de 14 anos para as meninas e 16 para os meninos. Desde a sua identificação foram relatados cerca de 100 casos. As vítimas de progeria nascem bebês normais mas, por volta dos 18 meses, começam a desenvolver sintomas de envelhecimento precoce.

Características

As principais características clínicas e radiológicas incluem a queda do cabelo, perda de gordura subcutânea, artrose estatura baixa e magra, clavícula anormal, envelhecimento prematuro, face estreita, pele fina e enrrugada, puberdade tardia, sobrancelhas ausente, unhas dos pés finas, voz anormal, lábios finos , osteoporose entre outras. A inteligência não é afetada. A morte precoce é causada por aterosclerose.

Não há cura, e até a conclusão da pesquisa, no final do ano passado, sua causa era desconhecida. Agora, cientistas franceses e norte-americanos descobriram que a doença está ligada a um gene que controla a estrutura do núcleo das células. Neste caso as pesquisas estão avançando para uma provável cura da doença.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O laço do passarinheiro

O laço do passarinheiro



O laço do passarinheiro é uma armadilha, também chamada de arapuca, as armadilhas ficam bem escondidas, para que possam alcançar seu intento, que é fazer vítimas, prendendo, ferindo, e até matando.
O Senhor diz em sua Palavra que Ele nos livrará do laço do passarinheiro: "Certamente Ele te livrará do laço do passarinheiro ..."( Salmo 91: 03). Sim é verdade, mas não podemos isolar o verso, veja que o primeiro verso do Salmo 91 diz: " Aquele que habita no esconderijo do Altissimo ..." Na Bíblia Nova Tradução na Linguagem de Hoje está escrito: "A pessoa que procura segurança no Deus Altissimo e se abriga na sombra do Todo-Poderoso". Então concluímos que somente serão protegidos e livrados das ciladas de Satanas aqueles que estiverem habitando no Esconderijo do Altissimo.

As armadilhas estão muito bem camufladas, e são acompanhadas de um engôdo, uma isca, um petisco, e o autor da armadilha está bem perto, sutil, como dizia minha mãe que hoje está com o Senhor: Meu filho o diabo tem sapatos de algodão.
O diabo não vem assustar com uma cara feia , com chifres, mostrando a cauda, ele é expert no engano, para conseguir seu intento que é matar, roubar e destruir ele vem com sapatos de algodão, maldito Satanás!

O ressentimento, a mágoa, a amargura são laços do passarinheiro, que perturbam o coração, e que fazem o filho de Deus sair do esconderijo do Altíssimo, do lugar de proteção, e assim cair na cilada, e quem está nessa situação não percebe que está entrando numa armadilha.

O ressentido não quer perdoar, mas alimenta a cada dia seu coração entristecido e magoado, sente-se injustiçado, torna-se obstinado, fica orgulhoso e vingativo. Está pronto a se rebelar esquecendo os conselhos da Palavra de Deus:"Antes, Sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou " (Efésios 4:32).

Quem cai neste laço não consegue ficar em paz, todos os dias se lembra do que lhe fizeram, do tratamento que recebeu, fica desapontado, está concentrado em si mesmo, tornando-se egoísta .

Este mal acontece, nas igrejas, nas empresas, nas famílias, em grande organizações, e entre vizinhos, gerando divisoes, brigas, ofensas e até morte. E o maldito do Satanas assistindo com prazer a tudo isso, rindo, pois alcançou êxito.

Quantas famílias estão divididas? Quantas empresas foram a falência? Quantas profissionais pediram as contas do emprego? Quantos casamentos foram destruídos? Quantas pessoas estão enfermas, com doenças incuráveis? Quantos abandonam suas Igrejas? Satanas está destruído com este laço a humanidade de geração em geração.

Não seja movido pela mágoa, nao tome decisões com seu coração ferido, porque você vai errar feio, o ressentimento, a mágoa, a amargura, destrói o amor, o companheirismo, a saúde, a prosperidade e tantas outras coisas.

Graças a Deus existe cura para este mal, existe uma saída para esta armadilha, existe saída para aqueles que caíram no laço do passarinheiro: O PERDÃO.

O perdão é a única saída, e antes que você diga que não sente vontade de perdoar, eu nunca senti também, porque o perdão não é um sentimento é uma atitude, uma decisão.

Jesus ensinou através da parábola do credor incompassivo, (Mateus 18: 23 a 35) um servo devia muito dinheiro para o rei que chamou-o para o acerto de contas, ele não tinha condições de pagar uma dívida enorme, então o rei determinou que sua mulher e seus filhos fossem vendidos e tudo o que tinha, para que a dívida fosse quitada, o servo diante dessa situação, roga, súplica a generosidade do rei que, movido de íntima compaixão perdoa-lhe completamente a dívida. Este mesmo servo que foi perdoado encontrou um amigo que lhe devia, e começou a sufocá-lo para quê pagasse a dívida, e como o amigo não tinha dinheiro, enviou-o para a prisão. Mas o rei ficou sabendo e mandou chama-lo: E disse: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste,não devias tu igualmente compadecer-te do teu companheiro, como eu me compadeci também de ti? Assim encolerizado o senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse tudo o que devia. " Jesus termina esta parábola dizendo: "Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão."

Veja o servo representante a nós que fomos perdoados por Deus ( o rei) de todos os nossos erros e pecados e o amigo representa as pessoas que nos ofenderam , os verdugos demônios cruéis, são espíritos malignos de tortura,que roubam a paz, a alegria e faz lembrar a ofensa diariamente.

Se você não perdoa, também Deus não perdoará você, o perdão é condicional, na oração do Pai Nosso Diz: "... Perdoa nossas dívidas, Assim como nós perdoamos os nossos devedores".
E Além disso as orações do ressentido não podem ser respondidas (Mc 11: 23 a 26). Deus Não responde a ressentidos, magoados e ofendidos.

João Batista, recebeu notícias a respeito do Ministério de Jesus, ficou ressentido porque Jesus não foi-lo visitá-lo na prisão, e ficou em dúvida e envia seus discípulos para perguntarem a Jesus se Ele era o Messias realmente. Jesus responde dizendo: "E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai o João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem , os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E Bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço ". ( Mateus 11: 2 a 6) Em outras palavras Jesus disse a João feliz é o que não fica ressentido, magoado, ofendido comigo, o final da história de João é que ele é decapitado, sua cabeça é apresentada num prato na festa de Herodes. Tenho certeza que este não era o fim que Deus desejava a João, mas teve este fim porque ficou ressentido com Jesus.

Desista da mágoa, pare agora de ficar ressentido, pois o significado disso é sentir novamente (res-sentido), isso te traz angústia e perturbação, doença, é melhor perdoar.

Muitos fizeram da Igreja , família, empresas, escolas e até a vizinhança o campo de guerra, e querem se vingar, retaliar, e este mal atinge e contamina a muitos. "Tende Cuidado de que ninguém se prive da Graça de Deus e que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados." (Hb 12:15 b)

Decida-se agora a perdoar, libere o perdão para aqueles que te feriram, te magoaram, saia dessa armadilha, deixe o Espírito Santo tomar sua dor, Ele não é indiferente a tristeza do seu coração, se você perdoar ele lhe trará paz, justiça, alegria, e respostas nas sua orações.

Deixe o Senhor te tirar desse laço, ainda há tempo, deixa o Senhor por fim as guerras através do perdão. "Ele faz cessar as guerras até o fim da terra; quebra o arco, corta a lança, e queima os carros no fogo. Aquietai-vos, e sabei que Eu sou Deus ..." (Salmos 46: 9,10).

Se você hoje decidir perdoar, Deus vai acabar com as guerras em sua vida,pois irá quebrar o arco, cortar a lança e queimar os carros de satanas.

Não deixe seu coração contaminado. "Sobre tudo o que se deve guardar , guarda o coração, porque dele procedem as fontes da vida" (Proverbios 4:23).

Ore perdoando agora, os que te feriram, traíram, ofenderam, caluniaram, seja o que for perdoe.
Acabe com a feitiçaria contra sua vida, quando você perdoa, e ora pelos que te prejudicaram, ora abençoando os que falaram mal de você toda a feitiçarias contra sua vida são quebradas, então esta Palavra será validada em sua vida :"Toda arma forjada contra ti não prosperará; toda língua que ousar contra ti em juízo , tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor e o seu direito que de mim proceder, diz o Senhor."(Isaías 54:17)

Perdoe, quem sai ganhando é voce mesmo, volte para seu lugar de proteção, o Esconderijo do Altissimo e assim o Senhor te livrará do laço do passarinheiro.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A singularidade do cristianismo segundo Leonardo Boff

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Ótimas Curiosidades Animais

Albatroz


O albatroz passa a maior parte do temp a voar e dorme em pleno voo, sustentado pelo vento do mar.

Formiga


As formigas entram num estado de letargia mas continuam sempre alerta para enfrentar os perigos.

Mosca


As moscas domésticas nascem de madrugada e morrem 24 horas depois. por isso, nunca dormem.

Quanto dorme um animal por dia?


Baleia - 1 hora
Boi - 4 horas
Cão - 10 horas
Cavalo - 3 horas
Elefante - 3 horas
Foca - 6 horas
Gato - 15 horas
Girafa 2 horas
Golfinho - 10 horas
Leão - 18 horas
Morcego - 19 horas
Porco - 8 horas
Preguiça - 20 horas
Rato - 13 horas
Zebra - 3 horas

Koala


O Koala é um dos poucos animais da terra que não precisa beber água.

Raia


A força de choque de uma raia elétrica é tão forte que pode atingir as suas vítimas a uma distância de até 4 metros.

Rainha dos Choques


A raia elétrica é o animal que mais dá choque. Nenhum outro animal carrega uma carga elétrica como a sua. Quando atacada, uma raia de 3 metros pode soltar uma carga elétrica de 800 volts. Quanto maior a raia, maior é sua carga elétrica.

Orca


A baleia orca é o animal marítimo mais veloz que existe. Ela pode alcançar 56 quilômetros por hora quando persegue sua presa.

Beija-Flor


O beija-flor é o único pássaro que voa para trás.

Sabiá


O som do sabiá vem da batida veloz de suas asas. Os menores sabiás são os que batem as asas mais rapidamente — chegando a até 80 batidas por segundo.

Crocodilo


O crocodilo sempre tem novos dentes crescendo que substituem seus dentes velhos. Além disso, ele nunca consegue mover a própria língua.

Esquilo


Esquilos sobem em árvores mais rapidamente do que andam no chão.

Pica-Pau


Um pica-pau dá mais de cem bicadas por minuto numa árvore, para procurar

Animal mais prolífico


O animal mais prolífico da natureza é o rato. As fêmeas dão entre três e seis ninhadas por ano. Um só casal, ao fim de três anos, pode dar origem a dez gerações. É por isso que o rato é o animal preferido nas pesquisas genéticas de laboratórios.

SEM CABEÇA


Alguns insetos conseguem viver até 1 ano sem a cabeça.

PEQUENINOS


Neste exato momento há mais de 100.000.000 de microorganismos alimentando-se, reproduzindo-se, nadando e depositando detritos na área em volta dos teus lábios.

BEBERRÃO


Um camelo consegue beber 120 litros de água em dez minutos.

ARMANDO A BARRACA


Na América do Sul há uma espécie de morcego que constrói tendas com as folhas das árvores.

AMOR DE IRMÃO


Alguns tubarões têm uma gestação de nove meses, como nos seres humanos. Em alguns casos o filhote devora o irmão ainda dentro da barriga da mãe.

"VELOZ" E FURIOSO


O Tiranossauro Rex era tão rápido como uma galinha. A velocidade do animal extinto era de no mínimo 16 km/h, e no máximo 40 km/h (o mesmo que um cão).

RATO


O animal mais prolífico da natureza é o rato. As fêmeas dão entre três e seis ninhadas por ano. Um só casal, ao fim de três anos, pode dar origem a dez gerações. É por isso que o rato é o animal preferido nas pesquisas genéticas de laboratórios.

FRANGO


Estima-se que existam 3 bilhões de galinhas na China.

MORTE DE ELEFANTE


O elefante sabe quando vai morrer e ao pressentir sua morte, separa-se de sua manada e vai para um lugar deserto.

PICADA DE ESCORPIÃO


Na Amazônia existe uma espécie de escorpião cuja picada causa espasmos semelhantes a choques elétricos. Durante 24 horas após a picada, a vítima sofre espasmos musculares generalizados, como se tivesse enfiado os dedos em uma tomada de 220 volts.

DINOSSAURO VELOZ


Lembram-se do filme "Jurassic Park" em que o Tiranossauro Rex persegue um Jeep a 80 km/h? É treta. O biólogo John Hutchinson, da Universidade Stanford, e o engenheiro Mariano Garcia, de Cornell, garantem que o mais famoso carnívoro era tão rápido como uma galinha. A velocidade do animal extinto era de no mínimo 16 km/h, e no máximo 40 km/h.

SEXO DOS LEÕES


Alguns leões copulam 50 vezes por dia.

LINGUA DE CROCODILO


O crocodilo não pode pôr a língua para fora.

MOSQUITO


Uma asa de mosquito se move mil vezes por segundo.

MEMÓRIA DE PEIXE


3 Segundos é o tempo que dura a memória de um peixinho dourado de aquário.

INTESTINO GRANDE


Um cavalo adulto que tem nada mais nada menos do que 27 metros de intestino!

TIGRE ASSASSINO


Uma fêmea de tigre morta por um caçador em 1911 estava acabando com a população de uma região situada no norte da Índia. Ela matou cerca de uma pessoa por semana durante oito anos.

BICHO MEDROSO


O avestruz é o animal mais medroso da natureza. Ele se assusta até de uma simples borboleta.

INSETOS


Cerca de 80% dos animais do planeta têm 6 pernas, isto é, são insetos. Existem mais de 800.000 espécies de insetos.

HIGIENE DOS GATOS


Após uma refeição, os gatos lavam-se imediatamente. Isto é um instinto que lhes diz para se limparem de modo a que os predadores não sintam o cheiro a comida e os ataquem.

HIENA FAMINTA


Uma hiena manchada pode engolir 15 a 20 quilos de carne em poucas horas.

GIRAFAS


As girafas não têm cordas vocais.

GASES BOVINOS


As vacas peidam cerca de 300 vezes por dia, enquanto um ser humano peida, em média, 8 vezes por dia.

DENTE PRA BURRO


Um tubarão pode ter 5 fileiras de dentes

SEDE DE COALA


Os koalas não bebem água, eles absorvem os líquidos das folhas de eucalipto.

TUBARÃO EXCITADO


Os tubarões-machos diferem das fêmeas apenas porque têm 2 pênis na região pélvica, que podem chegar a 1 metro cada. Porém, quando copula, o tubarão utiliza apenas 1 pênis e ou outro não se sabe para que serve.

RATOS E ELEFANTES


Os elefantes não têm tanto medo dos ratos como se pensa. Mas eles precisam tomar cuidado com os pequenos roedores, p
ois se um rato entra na tromba de um elefante, ele irá até o crânio do paquiderme e comerá o seu cérebro.

Uma barata d'água foi fotografada comendo um filhote de tartaruga

Usando as patas dianteiras, a barata d'água agarrou a tartaruga, enfiando o bico da presa   . Foto: Shin-ya Ohba /BBC BrasilUma barata d'água foi fotografada comendo um filhote de tartaruga no Japão, no que foi considerada uma inversão pouco comum de papéis predatórios.
Grandes insetos da subfamília Lethocerinae são conhecidos por caçar pequenos vertebrados, incluindo peixes e sapos. Mas uma espécie particular já era conhecida por comer filhotes de cobras - e, agora, ficou comprovado que se alimenta até de tartarugas.
O pesquisador Shin-ya Ohba registrou o comportamento pouco comum durante uma coleta de amostras durante a noite na província de Hyogo, no centro-sul do Japão.
Em um texto publicado na revista científica Entomological Science, Ohba descreve a sua observação de um Kirkaldyia deyrolli comendo um filhote de tartaruga em um fosso próximo a uma plantação de arroz.
Usando as suas patas dianteiras, a barata d'água agarrou a tartaruga, enfiando o seu bico semelhante a uma seringa no pescoço da presa para poder se alimentar. Anteriormente, Ohba já havia fotografado estes insetos comendo cobras.
"Todo mundo pensa que os insetos da subfamília Lethocerinae vivem de peixes e sapos. Embora comer tartarugas e cobras seja raro em condições naturais, (esta evidência) surpreende os naturalistas (por mostrar) hábitos alimentares vorazes", diz.
Espécie ameaçada
Os Kirkaldyia deyrolli são nativos do Japão, onde são encontrados vivendo em plantações de arroz, se alimentando principalmente de pequenos peixes e sapos.
A espécie é considerada ameaçada pela Agência Ambiental Japonesa depois de reduções significativas em sua população nos últimos 40 anos, supostamente devido à perda de habitat e à poluição da água.
As baratas d'água são os maiores exemplares dos insetos da ordem Hemiptera. Os integrantes da subfamíliaLethocerinae são encontrados em lagoas de água fresca, lagos e córregos de baixa velocidade, além de rios nas Américas do Norte e do Sul e no leste da Ásia.
Algumas espécies do gênero Lethocerus podem atingir até 15 cm de comprimento, têm hábitos noturnos e podem voar, aproveitando a luz da lua cheia para migrar. Ocasionalmente, estes insetos picam seres humanos

Fêmea de Besouro d’água gigante

Fêmea de Besouro d’água gigante deposita seus ovos nas costas do parceiro

Pertencente à família Belostomatidae, o Besouro d’água gigante é um inseto aquático. Parecido com um barbeiro, seu tamanho pode chegar aos 10,5 centímetros de comprimento – o que para a sua espécie é considerado grande. De corpo largo e achatado, sua coloração comum é do marrom para o castanho, com as asas acinzentadas, levemente camufladas. As patas dianteiras possuem uma garra em forma de gancho que são adaptadas para apanhar as suas presas. Já as posteriores são achatadas, parecidas com um remo, próprias para o nado - embora não seja muito bom nisso. Ao capturar as suas vítimas – caramujos, lesmas, girinos, salamandras, pequenos peixes e outros insetos – ele injeta, através de seu bico em forma de agulha, uma poderosa saliva que dissolve o interior da sua presa, permitindo a sucção do fluido tecidual desta. Porém, não é só em animais que este besouro pode causar certo dano. Por habitar locais comuns do ser humano – lagos e córregos – as chances deles se sentirem ameaçados são grandes, e quando isso acontece, não pensam duas vezes em picar quem lhe incomoda. Mas não é qualquer picadinha, esta é considerada uma das mais dolorosas entre muitas outras. Se retirados da água, eles costumam fingir-se de mortos e expelem um fluido pelo seu ânus. Caso não sejam devolvidos rapidamente, sofrem uma morte instantânea. Talvez, o mais curioso sobre esse inseto seja referente à maneira como se procriam. Atraídas pelos movimentos periódicos que os machos fazem próximo a superfície d’água, as fêmeas saem de seu habitat no período da noite dispostas a acasalarem. Normalmente, a cópula ocorre durante a primavera e os ovos são postos em plantas aquáticas ou em matéria vegetal em decomposição. Mas nessa espécie, as fêmeas depositam os ovos sobre as costas dos machos, junto com um líquido de grande poder adesivo, obrigando-os a carregar os ovos até a eclosão. Acredita-se que isso ocorra porque os machos costumam consumir os ovos e, em suas costas, o acesso torna-se praticamente impossível. Em alguns países os Besouros d’água gigantes são considerados um tipo de iguaria para a culinária. Tailândia e Vietnã são exemplos disso. Nesses lugares é comum encontrar esse prato sendo servido em restaurantes ou em feiras livres.
Fonte: Rede Ambiente

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Asherah, a Deusa Proibida


Asherah, a Deusa Proibida




Para a maioria das pessoas que lêem a Bíblia, a idéia de um único Deus de Israel, Yahweh, parece ser clara. No entanto, descobertas arqueológicas das últimas décadas vem demonstrando que Yahweh nem sempre esteve solitário. Antes da ascensão do monoteísmo em Israel, o Deus Yahweh fazia parte de um contexto politeísta onde havia um panteão de Deuses e Deusas, sendo que provavelmente foi adorado ao lado de sua consorte, Asherah.
Reconstruir a presença da Deusa Asherah na vida de mulheres e homens no Antigo Israel é um esforço de, a partir de uma perspectiva feminista e de gênero, trazer elementos que nos ajudem numa maior aproximação do que foram os espaços religiosos e vitais deste povo. Esta reconstrução é algo necessário, uma vez que estamos diante de textos sagrados marcados pelo sistema patriarcal que projetou historicamente um Deus masculino, legitimando práticas e funções masculinas, com isso silenciando as mulheres, suas representações sagradas, tudo aquilo que pudesse lhes garantir espaço e voz. Por isso, faz-se necessário a nossa reflexão

“voltar a um ponto anterior ao monoteísmo patriarcal, até religiões nas quais uma Deusa era a imagem divina dominante ou então era emparelhada com a imagem masculina de uma forma que tornava a ambas modos equivalentes de aprender o divino" (Ruether, 1993, p. 46).

Carol Christ (2005, p.17) ressalta que “re-imaginar o poder divino como Deusa tem importantes conseqüências psicológicas e políticas”, como caminho de desconstrução do pensamento que naturaliza a dominação masculina. Segundo Schroer (1995, p. 40), o culto à Deusa era exercido tanto por homens como por mulheres, mas veio sobretudo ao encontro das necessidades das mulheres, pois lhes oferecia mais espaço no âmbito religioso.

Através de uma “hermenêutica feminista de suspeita”, método proposto por Elisabeth Schüssler Fiorenza (1992, p. 89), queremos “re-imaginar” Asherah a partir de uma crítica ao patriarcado presente nos textos bíblicos, reconstruindo a memória da Deusa a partir dos dados arqueológicos e identificando na literatura bíblica a relação conflituosa que se estabelece com ela.

As origens do monoteísmo no Antigo Israel

Há uma grande problemática em torno do início do monoteísmo. Frank Crüsemann (2001, p. 780) aponta a época do profeta Elias (cf. 1Rs 18,19-40) como o momento histórico em que se começa a falar da exclusividade do Deus de Israel, principalmente no embate com o Deus Baal e no processo de sincretismo onde Yahweh incorpora as características de Baal. Os escritos bíblicos do Primeiro Testamento teriam em si a tendência de mostrar, do início ao fim, a realidade do monoteísmo, “a proibição de se adorar outras divindades já é pressuposta em Gênesis e formulada claramente no Sinai (Ex 20,2)” (Crüsemann, 2001, p. 781).

Haroldo Reimer (2006, p.115) aponta, sobretudo o século V a.E.C como o momento histórico marcante, em que Yahweh vai se constituindo como Deus único de Israel, desencadeando um “processo de diabolização de outras divindades”.
Num primeiro momento, a divindade Yahweh teria sido um elemento religioso que veio de fora do contexto cananeu. Nesta época, possivelmente era o Deus El que ocupava a cabeça do panteão divino. Yahweh passa a integrar o contexto israelita sem contudo negar a existência e diversidade de outras divindades.

No entanto, os conflitos religiosos começam a acontecer, sobretudo no Reino do Norte, no período que vai dos séculos IX a VIII a.E.C, com o Deus Baal, ocorrendo a transferência dos atributos da fertilidade de Baal para Yahweh, o que Crüsemann também aponta. Já no Reino do Sul, do final do século VIII até o final do século VII a.E.C, “a fé monoteísta javista é afirmada em um contexto nacionalista, na medida em que se pode retrojetar a idéia de nação para aqueles tempos. A diversidade religiosa passa a ser objeto de ações perseguidoras oficiais” (Reimer, 2006, p. 117).

A afirmação da exclusividade de Yahweh acarreta um processo de “diabolização” da própria Deusa Asherah, onde textos bíblicos serão instrumentos de justificação deste processo monoteísta. Frente a essa exclusividade de Yahweh, será impossível a sobrevivência de qualquer outra divindade, além de que a ênfase em Yahweh será critério de afirmação do sacerdócio masculino perpetuando uma sociedade patriarcal (Reimer, 2006, p. 117).

Neste contexto, a existência de outras divindades masculinas e femininas foi sempre uma ameaça ao monoteísmo estabelecido, sendo que as reformas religiosas em Judá, de Josafá (870-848 a.E.C), de Ezequias (716-687 a.E.C), de Josias (640-609 a.E.C) e as legislações do Código da Aliança (Ex 20,22-23,19) e do Código Deuteronômico (Dt 12-26) agiram como instrumentos que visavam assegurar a fé monoteísta (Reimer, 2003, p. 968).

A presença da Deusa em Israel (do Bronze ao Ferro)

Conforme a pesquisadora Monika Ottermann (2004), que traça o panorama da presença da Deusa em Israel, da Idade do Bronze à Idade do Ferro, no Oriente Médio, datando a Idade do Bronze Médio (1800-1500 a.E.C), a representação da Deusa é caracterizada como “Deusa-Nua”, destacando o triângulo púbico, emergindo também representações em forma de ramos ou pequenas árvores estilizadas, combinação que vem a ser denominada “Deusa-Árvore”.

Na Idade do Bronze Tardio (1550-1250/1150 a.E.C), a Deusa-Árvore apresenta duas mudanças, aparecendo em forma de uma árvore sagrada flanqueada por cabritos ou como um triângulo púbico, que substitui a árvore. Neste período, já se nota a tendência de substituição do corpo da Deusa pelos seus atributos, em especial a árvore.

A Deusa continua perdendo representatividade na religião oficial, onde divindades masculinas ganham cada vez mais força, principalmente a partir de características dominadoras e guerreiras. Na Idade do Ferro I (1250/1150-1000), a forma corporal da Deusa-Árvore vai desaparecendo enquanto que formas de animais que amamentam filhotes, às vezes com a presença de uma árvore estilizada, ganham cada vez mais espaços na glíptica, significando a prosperidade e a fertilidade. A presença da Deusa fica relegada aos espaços de religiosidade das mulheres.

Na Idade do Ferro IIA (1000-900 a.E.C), início da formação do javismo as Deusas passam a ser simbolizadas por seus atributos. A forma vegetal da Deusa confunde-se com seu símbolo, a árvore estilizada, sendo que muitas vezes é substituída por ele. Entendemos essas imagens como representações da Deusa Asherah.

Na Idade do Ferro IIB (925-720/700 a.E.C), Israel e Judá apresentam diferenças no âmbito simbólico. Os documentos epigráficos de Kuntillet Adjrud e de Khirbet el-Qom destacam um vínculo estreito entre Asherah e Yahweh, o que acima de tudo demonstra um contexto politeísta, onde se adoravam a várias divindades femininas e masculinas.

Na Idade do Ferro IIC (720/700-600 a.E.C), a Babilônia derruba a Assíria e passa a dominar Israel e Judá. Neste período encontramos o símbolo tradicional da Deusa, a árvore e o ramo. Vários selos ou impressões de selos que associam símbolos astrais com árvores estilizadas foram encontrados na Palestina e na Transjordânia, o que reforça interpretações sobre a existência de um culto a Deusa Asherah ao lado do Deus Yahweh. É principalmente na forma de árvore estilizada que, ao longo de séculos, Asherah esteve presente em Israel.

Evidências arqueológicas da Deusa Asherah

As primeiras evidências de Asherah aparecem em textos cuneiformes babilônicos (1830-1531 a.E.C) e nas cartas de El Armana (século XIV a.E.C) (Neuenfeldt, 1999, p. 5).

Para o pesquisador Ruth Hestrin (1991, p. 52-53), informações importantes sobre Asherah vêm dos textos ugaríticos de Ras Shamra (Costa Mediterrânea da Síria). Nestes textos, Asherah é chamada de Atirat, consorte de El, principal Deus do panteão cananeu no II milênio a.E.C, sendo mencionada também como ‘Elat, forma feminina de El. Nos textos ugaríticos, Asherah (ou seja, Atirat ou ‘Elat) é a mãe dos Deuses, simbolizando a Deusa do amor, do sexo e da fertilidade.

Também foram escavados vários pingentes ugaríticos que retratam uma Deusa, provavelmente Atirat/ ‘Elat. A figura humana estilizada nestes pingentes contém o rosto, os seios e a região púbica e uma pequena árvore estilizada gravada acima do triângulo púbico.

Em 1934, o arqueólogo britânico James L. Starkey encontrou o jarro de Lachish, datado aproximadamente no 13º século a.E.C, provavelmente ano 1220.

O jarro é decorado e contém inscrições raras do antigo alfabeto semítico. Na decoração há o desenho de uma árvore flanqueada por duas cabras com longos chifres para trás, que, segundo Ruth Hestrin, representa Asherah. Uma inscrição que segue pela borda do jarro tem sido reconstruída e traduzida por Frank M. Cross, como: “Mattan. Um oferecimento para minha senhora 'Elat”.

Não se sabe quem é Mattan, mas está claro que ele faz uma oferenda para 'Elat, que é o feminino para El, chefe do panteão cananeu no II milênio a.E.C, equivalente ao pré-bíblico Asherah. Nota-se um dado importante, o nome 'Elat está escrito logo acima da árvore, representação de 'Elat/ Asherah. Há uma possibilidade deste jarro e seu conteúdo terem sido uma oferenda à Deusa (Hestrin, 1991, p. 54).

No entanto, foi no templo de Arad, no Neguev, ao sul de Jerusalém, que se encontrou fortes evidências de Asherah. No santuário interno foram encontrados dois altares diante de um par de pedras verticais, possivelmente lugar de culto a Yahweh e Asherah. Um outro altar foi encontrado no pátio externo do templo com tigelas dos sacerdotes e cinzas de ossos de animais queimados, no canto uma irmandade local e altares com pedras duplas (Discovery, 1993). Segundo Elaine Neuenfeldt (1999, p. 6), o templo é datado aproximadamente da época do Bronze Recente, entre o 10º e 8º séculos a.E.C., quando possivelmente a reforma de Ezequias o extinguiu (2Rs 18).

Em Khirbet el-Qom, ao oeste de Hebron, em 1967, outro arqueólogo encontrou um túmulo judaico da segunda metade do século VIII (Discovery, 1993), com uma inscrição na parede interior que Croatto (2001, p. 36) traduz como:

“1. Urijahu [...] sua inscrição.
2. Abençoado seja Urijahu por Javé (lyhwh)
3. sua luz por Asherah, a que mantém sua mão sobre ele
4. por sua rpy, que...”


Segundo Hestrin, em 1975-1976, o arqueólogo israelita Ze’ev Meshel, em Kuntillet Adjrud, 50km ao sul de Qadesh-Barnea, na antiga estrada de Gaza a Elat, escavou uma pousada no deserto que continha várias inscrições. Controlado por Israel, este posto estatal encontrava-se em território de Judá, funcionando aproximadamente entre 800-775 a.E.C. No prédio principal, em sua entrada, duas jarras de armazenagem com desenhos e inscrições foram encontradas e identificadas como pithos A e pithos B. Na inscrição do pithos A se lê:

“Diz... Diga a Jehallel... Josafa e...”:
Abençoo-vos em YHWH de Samaria e sua Asherah”.


No pithos B se lê:

“Diz Amarjahu: Diga ao meu Senhor: Estás bem?”.
Abençoo-te em YHWH de Teman e sua Asherah.
Ele te abençoa e te guarde e com meu senhor ”.

Neste pithos aparecem três figuras, duas masculinas retratos do Deus egípcio Bes e uma claramente feminina (seios em destaque) tocando uma lira.

Em 1968, o arqueólogo americano Paul Lapp escavou um outro artefato muito famoso em Taanach, datando ao final do 10º século a.E.C (Hestrin, 1991, p. 57). Num dos quartos da instalação cúltica foram encontrados prensa de óleo, forma para fazer figuras de Asherah, sessenta pesos de tear e 140 ossos de articulações de ovelhas e cabras (Neuenfeldt, 1999, p. 7).

Um quadrado oco de terracota, aberto na base, composto de quatro níveis ou róis também foi encontrado. Conforme Ruth Hestrin (1991, p. 57-58), no rol inferior, uma mulher nua flanqueada por dois leões é mais uma representação de Asherah, Deusa-mãe. No segundo rol temos uma abertura vazia no meio (provavelmente a entrada do templo) flanqueada por duas esfinges (corpo de leão, asas de pássaros e cabeça de mulher). O terceiro rol traz uma árvore sagrada da qual saem três pares de galhos, simbolizando a Deusa principal, Asherah, consorte de Baal e fonte da fertilidade, sendo flanqueada possivelmente por duas leoas. No rol superior temos um touro sem chifres, com um disco de sol em cima, o que simboliza o Deus supremo não só na Mesopotâmia e no panteão hitita, como também no panteão cananeu. O jovem touro representa Baal, principal Deus do panteão cananeu, que no II milênio substituiu El, cabeça do panteão.

Em 1960, a arqueóloga inglesa Kathyn Kenyon descobriu centenas de estatuetas femininas quebradas em uma caverna perto do templo de Salomão em Jerusalém, para vários estudiosos essa descoberta sinalizou a existência do templo, para outros determinou o fim dos cultos pagãos pelo rei Josias, o qual ordenou a destruição de todos os vasos feitos para Baal e Asherah (Discovery, 1993).

Portanto, Asherah quase sempre foi adorada sob o corpo de uma árvore, seu culto era principalmente realizado ao redor de uma árvore natural ou estilizada, de um poste sagrado que podia estar ao lado de um altar seu ou de outra divindade.

“Porém, seu culto foi realizado, de preferência, debaixo de uma árvore natural, nos chamados 'lugares altos', santuários ao ar vivo no topo das colinas e montanhas. Na maioria do tempo, uma imagem ou símbolo de Asherah estava também presente dentro do próprio templo de Jerusalém" (Ottermann, 2005, p. 49).

Deusa Asherah: uma imagem a partir dos escritos bíblicos

Conforme Ruth Hestrin (1991, p. 50), Asherah é mencionada cerca de 40 vezes na Bíblia Hebraica, de três formas diferentes, ora como uma imagem que representa a própria Deusa, ora como uma árvore ou como um tronco de árvore, que a simbolizam.

O culto a Asherah foi muito popular em Israel e Judá. O rei Asa (912-871 a.E.C), que ficou no poder durante 41 anos em Judá, empreendeu uma restauração no culto a Yahweh e “chegou a retirar de sua mãe a dignidade de Grande Dama, porque ela fizera um ídolo para Aserá; Asa quebrou o ídolo e queimou-o no vale do Cedron” (1Rs 15,13; cf. 2Cr 15,16). O ídolo remete na palavra hebraica mifleset, a algum objeto de culto, provavelmente de madeira. É interessante perceber que o culto se dá no palácio, em ambiente oficial (Croatto, 2001, p. 40-41). Já na passagem de 1Rs 16,33 “Acab erigiu também um poste sagrado...” demonstrando que Asherah também foi adorada em Israel.

Em 2Cr 14,1-2, onde o rei Asa é lembrado como o rei que fez o que é “bom e justo aos olhos de Yahweh, seu Deus”, exatamente porque “eliminou os altares do estrangeiro e os lugares altos, despedaçou as estelas, destruiu as aserás...” ordenando o povo a praticar a lei e os mandamentos de Yahweh (cf. Jz 3,7).

Refletindo sobre os textos bíblicos que mencionam a Deusa Asherah teremos como pano de fundo o contexto que Silvia Schroer tão bem elucida,

“os/as repatriados/as da Babilônia tinham integrado a questão da culpa de tal maneira que consideravam sobretudo o culto às deusas como motivo da ruína de Israel. Os expoentes deste grupo conseguiram banir de Judá quase completamente o culto às deusas dentro de um século e de apagar, o máximo possível, as memórias dele. Não é por acaso que o culto clandestino à deusa acontece no contexto de proibições misóginas e xenófobas de casamentos mistos. Todas as tentativas que seguem, de integrar a deusa pelo menos na linguagem teológica, são tentativas assentadas dentro do sistema monoteísta” (Schroer, 1995, p. 40).

A partir desta perspectiva, de demonização da Deusa ou das Deusas, Asherah passa a se tornar a Deusa proibida, a causa dos males e da ruína de Israel.

A marginalização do feminino, das mulheres é um processo que também se dá e se sustenta por meio de escritos bíblicos justificadores de uma sociedade patriarcal, atuando assim no que podemos chamar de “desempoderamento” das mulheres a partir do sagrado, o que trouxe e traz fortes impactos nas dimensões culturais, religiosas, sociais, econômicas e políticas.

Há uma preocupação dos redatores bíblicos de excluir qualquer suspeita da Deusa Asherah ao lado de Yahweh, como sua consorte. No entanto, as inúmeras citações sobre Asherah demonstram seu peso no contexto religioso e isso fez dela uma grande ameaça ao monoteísmo javista em ascensão.

O rei Josafá (871-848 a.E.C), filho e sucessor do rei Asa, deu continuidade à política de seu pai, “Yahweh manteve o reino em suas mãos” (2Cr 17,5), pois “seu coração caminhou nas sendas de Yahweh e ele suprimiu de novo em Judá os lugares altos e as aserás” (2Cr 17,6). Em outra passagem, Josafá após combater contra Aram, apesar de ferido, volta com vida para Jerusalém sendo aclamado por Jeú, o vidente,

“deve-se levar auxílio ao ímpio? Amarias aqueles que odeiam Yahweh, para assim atrair sobre ti sua cólera? Todavia, foi encontrado em ti algo de bom, pois eliminaste da terra as aserás e aplicaste teu coração à procura de Deus” (2Cr 19,3).

Ezequias (727-698 a.E.C), filho e sucessor de Acaz, é lembrado como o rei que “fez o que é agradável aos olhos de Yahweh”. Durante o seu reinado, após a celebração da Páscoa e da festa dos Ázimos é empreendida uma reforma do culto,

“terminadas todas essas festas, todo o Israel que lá se achava saiu pelas cidades de Judá quebrando as estelas, despedaçando as aserás, demolindo os lugares altos e os altares, para eliminá-los por completo de todo o Judá, Benjamim, Efraim e Manassés. A seguir, todos os israelitas voltaram para suas cidades, cada um para seu patrimônio” (2Cr 31,1).

Nesta época o Reino do Norte, Israel, já havia sido destruído, sendo assim, Judá, Reino do Sul, tornou-se o único espaço onde a identidade religiosa do povo de Yahweh poderia ser mantida. Foi nesse contexto que Ezequias promoveu uma extensa reforma religiosa e política, com intenções de reunir o povo em torno de um só Deus e um só rei. Por isso, Ezequias é exaltado pelos redatores deuteronomistas como o rei que “fez o que agrada aos olhos de Yahweh” (2Rs 18,3). A reforma religiosa de Ezequias era baseada nas seguintes medidas: no combate a idolatria, na centralização do culto a Yahweh em Jerusalém e no cumprimento dos mandamentos. Tais medidas podem ter sido fundamentadas no documento trazido do Norte (Dt 12-26), que foi adaptado à reforma em Judá. Josias retoma 100 anos mais tarde este documento para empreender sua reforma religiosa e política (Gass, 2005, p. 78-83).

O rei Manassés (698-643 a.E.C), filho e sucessor de Ezequias, é lembrado pelos redatores como um rei que “fez mal aos olhos de Yahweh”, justamente porque reconstruiu os lugares altos que seu pai havia destruído, ergueu altares para os baais e fabricou postes sagrados, prestando-lhes culto. No entanto, foi construir altares dentro do Templo de Yahweh (2Rs 21,7) a maior abominação para os redatores, que ao final dos escritos sobre Manassés relatam sua conversão a Yahweh. “Sua oração e como foi ouvido, todos os seus pecados e sua impiedade, os sítios onde havia construído os lugares altos e erguido aserás e ídolos antes de se ter humilhado, tudo está consignado na história de Hozai” (2Cr 33,19).

O rei Josias (640-609 a.E.C) empreendeu uma reforma a partir de 622 a.E.C fazendo de Jerusalém o centro político e religioso de seu estado, destruindo os santuários de Yahweh que havia no interior e acabando com os cultos cananeus e assírios, que aconteciam no templo de Jerusalém e nos lugares altos. A reforma de Josias atingiu a liberdade religiosa popular, pois ordenou

“a Helcias, o sumo sacerdote, aos sacerdotes que ocupavam o segundo lugar e aos guardas das portas que retirassem do santuário de Yahweh todos os objetos de culto que tinham sido feitos para Baal, para Aserá e para todo o exército do céu, queimou-os fora de Jerusalém, nos campos do Cedron e levou suas cinzas para Betel” (2Rs 23,4).

com isso, o culto exclusivo a Yahweh é reafirmado pela corte e pela classe sacerdotal de Jerusalém, exclusividade que custou caro à religiosidade popular (Gass, 2005, p. 134-138).

Josias ainda “demoliu as casas dos prostitutos sagrados, que estavam no templo de Yahweh, onde as mulheres teciam véus para Aserá” (2Rs 23,7). Aqui provavelmente se trata de vestidos feitos para a estátua de Asherah (Croatto, 2001, p. 41).

As intenções daqueles que redigiram tais textos parecem claras, ou seja, querem demonstrar que o “bom e justo” rei e povo é aquele que elimina qualquer resquício da presença de outros Deuses e Deusas em Israel, que o rei ou povo que “faz mal aos olhos de Yahweh” seria justamente aquele que aceita a realidade politeísta.

Na citação a seguir além de derrubar, despedaçar e reduzir a pó os altares, Josias manda espalhar este pó sobre o túmulo dos que ofereciam sacrifício a Baal e Asherah, ou seja, está explicíto que pessoas foram assassinadas. Aqui o nome Asherah aparece no plural,

“no oitavo ano de seu reinado, quando ainda não era mais que um adolescente, começou a buscar ao Deus de Davi, seu antepassado. No décimo segundo ano de seu reinado, começou a purificar Judá e Jerusalém dos lugares altos, das aserás, dos ídolos de madeira ou de metal fundido. Derrubaram diante dele os altares dos baais, ele próprio demoliu os altares de incensos que estavam sobre eles, despedaçou as aserás, os ídolos de madeira ou de metal fundido, e tendo-os reduzido a pó, espalhou o pó sobre os túmulos dos que lhes ofereceram sacrifícios (...) Nas cidades de Manassés, de Efraim, de Simeão e também de Neftali e nos territórios devastados que os rodeavam, ele demoliu os altares, as aserás, quebrou e pulverizou os ídolos, derrubou os altares de incenso em toda a terra de Israel e depois voltou para Jerusalém” (2Cr 34,3-4.6-7).

Em Is 27,9 a Deusa Asherah é taxada de forma explícita como o pecado de Israel, a causa de sua iniqüidade e ruína, devendo ser banida por completo,

“porque, com isto, será expiada a iniqüidade de Jacó. Este será o fruto que ele há de recolher da renúncia ao seu pecado, quando reduzir todas as pedras do altar a pedaços, como pedras de calcário, quando as Aserás e os altares de incenso já não permanecerem de pé”.

Está claro que a ascensão do culto exclusivo a Yahweh não se faz de forma tranqüila, mas de forma violenta, a partir da intolerância religiosa, da destruição e da eliminação por completo do outro, que se torna uma ameaça.

A proibição “não plantarás um poste sagrado ou qualquer árvore ao lado de um altar de Yahweh teu Deus que hajas feito para ti, nem levantarás uma estela, porque Yahweh teu Deus a odeia” (Dt 16-21-22), conforme Croatto (2001, p.42), revela que o objeto que simboliza Asherah é feito de madeira, que está plantado, ou seja, é um poste ou uma estaca e não uma estátua, que sua colocação “ao lado de um altar de Yahweh” transparece o caráter cultual do símbolo e principalmente a associação da Deusa simbolizada junto com o próprio Yahweh.

Acab (874-853 a.E.C) construiu um templo de Baal para sua esposa fenícia, “erigiu também um poste sagrado e cometeu ainda outros pecados, irritando Yahweh, Deus de Israel, mais que todos os reis de Israel que o precederam” (1Rs 16,33).

Os redatores deuteronomistas se queixam que na época do rei Joacaz (813-797 a.E.C) o culto a Asherah esteve presente “todavia, não se apartaram do pecado ao qual a casa de Jeroboão havia arrastado Israel; obstinaram-se nele e até mesmo o poste sagrado permaneceu de pé em Samaria” (2Rs 13,6). A ruína da Samaria é então explicada em 2Rs 17,16 porque “rejeitaram os mandamentos de Yahweh seu Deus, fabricaram para si estátuas de metal fundido, os dois bezerros de ouro, fizeram um poste sagrado, adoraram todo o exército do céu e prestaram culto a Baal”.

Os redatores bíblicos tinham uma intenção nítida, contar a história a partir de Yahweh, único Deus, de tal forma que Asherah de consorte passe a ser sua rival, ou seja, a elite de escritores bíblicos tinham uma idéia clara daquilo que Deus deveria ser: único e masculino, Yahweh, negando assim toda a realidade politeísta em Israel.

Conclusões

Asherah possivelmente era uma Deusa e consorte de Yahweh no Antigo Israel e não um simples atributo deste. A proibição da Deusa Asherah é fruto de um dado momento histórico de elaboração e ascensão do monoteísmo javista, onde a identidade judaica, após a drástica experiência do exílio babilônico e na tentativa de reorganização da nação, passa a se constituir em torno de três pilares: um só Deus, um só Povo e uma só Lei. A centralidade em Yahweh se torna um fator importante de credibilidade e legitimação da nova identidade nacional em formação, resultado das reformas empreendidas por Esdras e Neemias. A idolatria se torna então a culpa da ruína de Israel e neste contexto Yahweh é triunfante. Isso irá se refletir no conflito que os textos bíblicos demonstram em relação a Asherah e a outros Deuses e Deusas, bem como, em relação principalmente às mulheres estrangeiras.

Podemos claramente perceber que a elaboração e instituição do monoteísmo não se deu de forma democrática e muito menos pacífica. A partir de um contexto politeísta, a centralidade em Yahweh é um processo violento, de destruição da cultura religiosa do outro e da outra, de proibição do diferente, demonizando-o e tornando-o uma ameaça. Um processo nítido de intolerância religiosa.

A supressão do culto e da imagem da Deusa Asherah traz consigo conseqüências profundas para as relações entre os gêneros, afetando em especial aos corpos das mulheres, que tinham na Deusa uma possibilidade de representação do feminino no sagrado. A religião judaica vai se constituindo em torno de um único Deus masculino, legitimando historicamente uma sociedade patriarcal. Este poder divino imaginado somente como Deus afetou as mulheres, as crianças, a natureza, pois quase sempre partiu de um pressuposto de dominação, opressão e hierarquização das relações, tanto humanas como ecológicas.

Afirmar Asherah como Deusa é polêmico, mas necessário à religião e à pesquisa bíblica. Dar voz a uma época em que Deuses e Deusas eram adorados, em que o próprio Yahweh foi adorado ao lado de Asherah, nos impulsiona a re-pensar não só as relações pré-estabelecidas entre homens e mulheres, bem como, a própria representação do sagrado estabelecida.

Re-imaginar o sagrado como Deusa é re-imaginar as relações de poder, não numa tentativa de apagar a presença de Deus e sim de dar espaço ao feminino no sagrado, novamente o feminino não como um atributo do Deus masculino, mas como Deusa.

Esta talvez seja uma grande contribuição da reflexão feminista, que nos desloca e nos provoca a re-imaginar o sagrado, como possibilidade de re-imaginar a sociedade e as estruturas cristalizadas secularmente.

Referências

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