quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Deusa Aserá

Deusa Aserá

ASERÁ

Aserá é uma Deusa cananéia muito antiga, uma inscrição suméria datando de 1750 a.C. se refere a ela como a esposa de Anu, que pode ser identificado como El, o deus pai do panteão cananeu, cujo papel é muito similar ao deus sumério An.

Aserá era chamada "A Senhora do Mar", o que a relaciona com a Nammu suméria e com a Ísis egípcia,"nascida da umidade". É possível que Aserá se convertesse na esposa deYahvé aos olhos dos hebreus quando o deus assimilou a iconografia de deus pai que havia pertencido a El.

.Seu outro título era "Mãe dos Deuses", como a Deusa Ninhursag suméria,e entre seus setenta filhos figuram Baal e Mot, e sua filha Anat. Os reis de alimentavam de seus peitos, como se alimentavam da Deusa na Suméria e no Egito. Como o símbolo astrológico de Baal era o Sol, Asera é freqüentemente associada com à Lua, mas seu símbolo era o planeta Vênus.

Entre outros títulos se destacam ainda:"rainha do céu" (Jeremias 7:18; 44:17,19);senhora dos céus, da terra e do mundo subterrâneo; o grande princípio fêmea universal. Dizia-se que em suas mãos estavam a vida, a morte e a renovação de toda a natureza.

Como imagem da árvore da vida, se alçava nos templos e bosques de Canaã, e era venerada como "Doadora de Vida". Muitas de suas imagens, chamadas "asherim", eram esculpidas em madeira e colocadas junto ao altar nos templos, ou em um bosque próximo ou sobre altares dispostos no alto de colinas ou em "lugares elevados",consagrados à Deusa, como em Creta.

Uma imagem permaneceu durante muitos séculos no grande templo de Salomão, em Jerusalém.

A Deusa a segura os seios como o mesmo gesto que a imagem babilônia de Isthar, sugere a oferenda do alimento que flui deles. É possível que as "asherim" fossem verdadeiras árvores, muito provavelmente o sicômoro ou amoreira negra, com seu fruto rico e escuro e sua seiva leitosa, que pertenciam a Deusa no Egito e em Creta.

Fossem árvores ou efígies, as "asherim" eram as que provocavam a fúria dos profetas e as orgias da destruição à mão de certos reis que, de vez em quando, instigados pelos profetas, ordenavam sua eliminação imediata. A palavra "Aserá" na Bíblia pode referir-se tanto a própria Deusa como sua imagem de madeira esculpida, embora nenhuma dessas imagens sobreviveu. No entanto, muitas figuras de argila, pequenas e nuas, são encontradas no interior das casas; e o corpo e as pernas, têm uma coluna cilíndrica que terminas em uma base plana.

Possivelmente fossem pequenos modelos de imagens maiores que encontravam-se nos bosques e templos. Em cada escavação arqueológica importante na Palestina são encontradas figuras femininas, datadas entre 2.000 a.C até 600 a.C. É possível que as mulheres usassem estas diminutas imagens para pedir a Aserá sua ajuda no parto ou para que lhes concedesse fertilidade.

Aserá foi a Deusa de Tiro e da Sidônia em épocas longínquas, ao menos desde 1200 a.C, e foi provavelmente uma esposa sidônia de Salomão quem a introduziu na corte do rei hebreu. Mais tarde, o rei Ajab (873-852a. C.) se casou com Jezabel, filha de um rei da Sidônia, e o culto a Aserá foi estabelecido de novo na corte., junto com seu filho Baal.

O culto à Asera no reino do norte, Israel, persistiu até 721 a.C., mas permaneceu em Betel, pois lemos em Josias, que o rei de Judá (629-609a.C), destruiu os altares que haviam sido erigidos por Jeroboam 300anos antes e como "queimou as Aserás". Queimou o altar, rompeu as pedras, as reduziu à pó, e queimou o cipó sagrado). Existem muitas referências veladas dos profetas às práticas nos templos cananeus, e também a interpretação de sonhos.

O profeta Elias assinala que "a profecia extática israelita têm suas raízes profundas na religião cananéia", as sacerdotisas e sacerdotes cananeus eram iniciados nas artes xamânicas.

As sacerdotisas e sacerdotes de Aserá e Baal eram chamados profetas, porém a prática de sua vocação vinha sendo cada vez mais amenizada. Finalmente foi suprimida pelos profetas hebreus como intérpretes da palavra divina.

Aserá era o pão da vida original. As mulheres hebréias e cananitas amassavam os pães com sua figura e eram benditos e comidos ritualmente.Esse pão é o precursor da hóstia da comunhão. Eram encontrados ídolos seus debaixo de cada árvore e era esculpida em árvores vivas ou se erigiam como postes ou pilares ao lado dos altares ao longo dos caminhos.

O culto se refinou com a Ártemis síria, da qual se faziam imagens de argila. Os antigos rituais sexuais (que atualmente são erroneamente considerados como simples cultos à prostituição)associados à adoração de Aserá, asseguravam a continuação dos padrões de descendência matrilinear, com sua sociedade afastada dos valores do dominador.

Os sacerdotes iconoclastas hebreus desarraigaram a Aserá,suplantando a cultura matriarcal com a patriarcal. Esse referência Judeu-Cristã dessa lei dos Levitas, passou ao Império Romano, e é a fonte da atual desigualdade sexual.

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